quinta-feira, 9 de maio de 2013

Desabafo sobre a escolinha


Posso dizer sem dúvidas que a época mais dificil aqui foi de 1 ano e meio até os 2 anos delas. Ficaram birrentas, briguentas, manhosas... Sabe o que é não poder ficar em casa com elas e ter que passear toda a hora para que as coisas ficassem mais calmas? Em casa era disputa de colo, de brinquedos. Lia arrancando o brinquedo da Mel, Mel mordendo e puxando os cabelos da Lia, e eu não podendo deixar as duas sozinhas. Aquelas crianças que brincavam e davam risadas juntas pareciam que não existiam mais. Enfim, um stress e eu cansei. Vontade de gritar "socorro!". É sério, estava muito cansativo. Então eu disse para o marido: "quem sabe se elas fossem para a escolinha só a tarde agora?" Elas estavam com 1 ano e 10 meses, uma idade aparentemente boa para escolinha. Enfim, o marido que era contra, a gente pretendia esperar até o final do inverno, também concordou. Estava dificil mesmo, não nego.

Lia e Mel entraram na escolinha, e em 4 dias ficaram doentes pela primeira vez. A adaptação não foi muito fácil, eu quase dava meia volta e levava elas para casa quando ouvia a Lia gritar toda chorosa "mamãe!" Com os dias a Lia parou de chorar, e a Mel começou. Minhas bebês ficaram estressadas, isso que só ficavam na escola por 4 horas. Ficaram estressadas, choronas como nunca (talvez como nos primeiros meses de vida), e doentes. Sabe o que é ter duas crianças em casa doentes durante um mês inteiro? Com o nariz ranhento e tosse, noites e noites tossindo sem que ninguém dormisse direito na casa? Fiquei um caco. E além disso Lia começou a me bater, logo ela que sempre apanhou da irmã e nunca revidou, nunca foi agressiva. Claro, ela estava com raiva de nós. Não queria ir para a escolinha, hoje eu sei disso.

E então, numa sexta-feira, eu e o marido cansados daquela choradeira interminável, pq elas choraram sem parar desde a hora em que as buscavamos na escola até a hora de dormir, veio a gota dagua. Elas tomavam banho chorando, algo que antes elas adoravam, e faziam tudo chorando, se contorciam chorando na hora de colocar o pijama... E quando dormiam vinha aquele silêncio e o alivio. E junto com o alivio a saudade. Onde estavam aquelas crianças com as quais eu sempre brincava a noite, que davam risadas e corriam pela casa comigo? E dai, se não bastasse isso, veio a gota dagua. Lia começou com mais de 39 de febre de madrugada, daquelas febres que não baixam nunca, que duram a noite inteira. Febres que chegam quase a 40 graus, que exigem vários banhos e analgesicos que ela além de tudo cospe e não toma de jeito nenhum.  Pobre nenê, tivemos que usar supositório de novalgina, pq não tem jeito dela tomar remédio. Nenhum jeito mesmo. E no dia seguinte foi a vez da febre alta abater a Melissa. e nós decidimos: chega de escolinha!

O engraçado é que naquela sexta feira decisiva, antes da febre chegar e se juntar a tosse que já estava presente há dias, eu tinha lido um post no blog de uma querida mãe amiga, o blog gente miuda, dizendo que não se deve colocar as crianças na escola antes dos 3 anos. E eu pensei com os meus botões: será?  E depois quando a febre veio achei que aquela leitura fosse um sinal e comecei a pesquisar mais sobre o assunto. 

Enfim, elas sairam da escolinha. E viraram outras nenês. As duas tiveram que começar com antibiotico, que a Lia cuspiu, cuspiu e cuspiu de novo, e ainda bem que melhorou sem ele, porque senão teria que tomar injeção. E a Mel, por outro lado, tomou bem direitinho e ainda bem que ela era a que mais precisava. A tosse dela estava muito forte, a ponto dela chiar tanto na madrugada e da gente ter que chamar o avó médico para examiná-la duas vezes com medo que fosse asma. Mas graças a Deus não era. No final da semana sem escolinha elas estavam curadas. Curadas mesmo. Mas ainda levaram algumas semanas acordando tantas vezes durante a noite, acho que virou hábito dormir com a mãe, sei lá. 

Juro, elas hoje parecem outras nenês. Brincam juntas, quase não brigam, as birras e manhas ainda existem, é claro, estamos falando da idade dos dois anos que é considerado a adolescencia dos nenês, mas estão muito menos intensas. É como se elas dissessem: "mana, vamos nos comportar, para não voltarmos para aquele lugar. " :D

Sim, um dia tentaremos de novo, mas acho que com 3 anos mesmo, como eu li no blog da Bruna. Acho que fiquei traumatizada...Não sei se elas ficaram, mas eu fiquei.
Uma vez eu tive um blog, o mãe de gêmeas de primeira viagem, aberto a todos, que durou desde a minha gravidez até alguns meses do nascimento das minhas filhas. Hoje ele ainda existe mas está fechado para o publico, pois decidi preservar as minhas filhas, e quase não faço nenhuma postagem. Mantenho-o mais como uma especie de diário. Mas confesso que sinto falta do mundo blogueiro. Fiz muitas amizades através dele que preservo até hoje. 

Hoje faço um novo blog aberto a todos, mas um tipo diferente de blog, para contar a minha experiencia como mãe de duas, mas preservando as minhas filhas. Sem fotos, só fatos.